“Mapear o administrativo” pode combater desperdícios e reduzir custos
Todo negócio tem como preceito a obtenção do lucro e para tal, precisa ser competitivo em um mercado cada vez mais voraz. Independente do segmento, se voltarmos 10 ou 15 anos, o número de concorrentes era bem menor.
A primeira conseqüência em um processo competitivo como esse é a redução das margens em virtude dos preços praticados. Ou seja, todos querem participar do bolo, e não adianta achar que a marca se vende sozinha. A reputação e a qualidade são importantes, mas o preço é fator decisivo na hora da compra. Diante desta situação onde o mercado dita as regras (e os preços), a busca por redução de custos é vital para a sobrevivência das empresas, todavia, nem sempre se enxerga o obvio!
“O que a grande maioria das empresas faz é buscar resultados na esfera fabril. É lógico que existem inúmeros potenciais e que precisam ser alcançados. Para isso, existem variados conceitos e ferramentas de gestão, mas e a ADMINISTRAÇÃO?”
Se olharmos para a composição dos custos, vamos perceber que o custo da administração e da comercialização só não é maior que o custo de fabricação, na grande maioria das vezes, por causa da matéria prima, pois o custo da transformação em si é bem menor. Ou seja, o meio supera o fim. A indústria foi criada para produzir bens (produtos) e não documentos, então porque não retomarmos à base do conceito do OBZ (Orçamento Base Zero), onde toda atividade não considerada fim é supérfluo e conseqüentemente, passível de descarte?
Diante desta premissa, sairão na frente as empresas que reavaliarem não só o processo fabril, mas também todos os processos administrativos e comerciais, bem como os seus custos operacionais.
Mapeamento dos Processos Administrativos
Reduzir custos com atividades administrativo-comerciais não é apenas levantá-las, verificar tempo de execução e volumes para posteriormente dimensionar recursos necessários. É sim, entender se existe a necessidade de executá-la.
Muitas empresas já se conscientizaram da importância de produzir sem desperdícios, utilizando-se de ferramentas e conceitos do Sistema Lean – filosofia de gestão inspirada no modelo Toyota, adotada hoje por empresas de diversos setores e em boa parte do mundo – para criar valor consistentemente em processos de manufatura, melhorando produtividade e competitividade.
Pois no pensamento Lean, a “caça aos desperdícios” começa quase sempre com a utilização de uma técnica bastante eficaz, conhecida como Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), através da qual é possível enxergar as grandes perdas que permeiam os processos e afetam negativamente o desempenho do negócio como um todo.
Empresas saudáveis são empresas que trabalham incessantemente na busca da redução dos seus custos, ou seja, que fizeram um 5’S em seus processos.
Pense nisso, se a soma dos custos relacionados ao administrativo, ao comercial e ao apoio à produção, ultrapassar a barreira dos 15% dos custos totais (estrutura operacional), fatalmente você poderá ter problemas sérios no futuro.
Que tal fazer uma avaliação completa? Quanto você poderia ganhar reduzindo estes custos e ao mesmo tempo, deixando um ambiente mais “clean”.
Nota sobre o Autor: Mauricio Moura é Consultor de Empresas e Sócio- Diretor da Moura Fernandes Consultoria. Graduado em Administração de Empresa com especialização em Processo de Produção.