Rasgando o Orçamento

              Até  pouco tempo atrás, era impossível imaginar uma empresa que se prezasse não fazendo um orçamento anual. Virou uma prática essencial na administração moderna. Aliás, moderna não é bem o termo, pois o orçamento empresarial já vem de longa data e como tudo na vida, precisa ser reavaliado com muito carinho, pois uma ferramenta gerencial tão importante pode estar sendo utilizada como desculpa para diversas ingerências propositais, ou mesmo por incapacidade.

          O consultor empresarial Maurício Moura, sócio-diretor da Moura Fernandes Consultoria revela pontos importantes na condução dos gastos das empresas, abolindo a atual sistemática.

                MM – “O grande problema dos atuais sistemas orçamentários é justamente os indicadores. Você passa a ser avaliado pelo atendimento ao orçado e não pelo resultado efetivo de sua área”.

                Outro ponto abordado pelo Sr Mauricio Moura é que uma empresa que trabalha com o orçamento como uma ferramenta de trabalho, tende a ter um custo operacional mais elevado. E porquê isto se o objetivo do orçamento é justamente controlar os gastos?

                MM – “O ser humano é dotado de uma habilidade toda especial para se eximir de situações que possam comprometê-lo no futuro (dizem que o brasileiro é PHD), sendo assim, ele trabalha apertado até meados de agosto setembro e depois, relaxa os controles, isto para não dizer que ele promove alguns gastos, muitas vezes desnecessários, mas se não os fizer, no próximo período pode não ter mais as verbas que lhe foi disponibilizada”.

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                Não trabalhar com orçamento não quer dizer trabalhar sem nenhum controle. Aliás, a metodologia sugerida pelo consultor é justamente em adotar controles bem mais inteligentes. Onde os profissionais terão metas aliadas a sua performance administrativa, ao seu desempenho setorial, bem como ao custo de suas atividades, e não simplesmente atender ao custo previsto no orçamento para o seu departamento. Não adianta nada fazer uma pseudo-economia e não traduzir em resultado para a organização. Isto acontece quando seguramos ou mesmo postergamos os gastos, mas em contrapartida também não conseguimos fabricar com a produtividade esperada. A idéia teoricamente é bem interessante, e já existem empresas de porte que acreditam nesta nova forma de avaliar os resultados e comprometerem os colaboradores da organização.

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                MM – “O indicador de cada departamento está na relação Atividade X Custo X Faturamento. Desta forma, a preocupação não estará só no próprio umbigo, e sim na relação de sua performance em consonância com os demais gestores”.

                Com essa prática, a sinergia entre os departamentos deverá ser a melhor possível, uma vez que ninguém chegará ao estrelato se todo o conjunto não estiver no mesmo passo que a melhor performance. Esta metodologia também não é nova, porém agora está tomando corpo, em função dos resultados obtidos pelas empresas que acreditaram em sua ideologia. O resultado de sua empresa depende de diversos fatores, mas sem dúvida alguma, ele começa com o comprometimento individualizado das pessoas.